sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Mobilidade urbana no Rio de Janeiro e a Baía de Guanabara

Nenhum plano de mobilidade urbana na cidade do Rio de Janeiro que seja sério pode propor algo que não passe pela revitalização e utilização da Baía de Guanabara para o transporte público. Ou, ao menos, que se considere essa possibilidade de forma estratégica e inclusiva. Não estou falando da questão da despoluição, que é fundamental, mas de usar a Baía como meio de transporte.

O Rio de Janeiro é uma cidade privilegiada nesse sentido, possui em seu entorno uma baía hidrográfica com mais de quatro mil km e que parece praticamente invisível aos olhos de todos, cidadãos e gestores públicos. Apesar disso, moradores da Ilha do Governador, cansados de esperar, estão fazendo transporte particular por ela. Há, até, um estudo/projeto da Firjan para implementação desse transporte, não apenas para a cidade do Rio de Janeiro, como para os demais municípios vizinhos, que dela se beneficiam. 

Para o desenvolvimento social da região metropolitana do Rio de Janeiro, o transporte aquaviário seria uma dádiva. Quantas favelas se encontram as margens da Baía e também as margens da vida em sociedade? Um projeto sério de mobilidade urbana poderia se transformar em um dos maiores programas de desenvolvimento social da história do Rio de Janeiro. E não estou exagerando.

Tragam as populações do entorno, façam um diagnóstico social pormenorizado de suas vocações e habilidades. Capacitemos os que necessitam. Ouçamos suas experiências. Resgatem a história magnífica da Baía de Guanabara, chamem os movimentos indígenas, afinal eles foram os primeiros por lá. Vamos aos biólogos marinhos, ecologistas, especialistas em sustentabilidade.

O Rio de Janeiro é uma região muito quente no verão. Não é tão simples aplicar uma mobilidade urbana que privilegie as bicicletas sem levar a temperatura em conta. Afinal, o Rio de Janeiro não é só a Zona Sul e por melhor que seja uma ciclovia, imaginemos uma que passe por toda a Av. Brasil, por exemplo. Chegar ao centro vindo de Bangu, no mês de janeiro e seus 40 graus, não é tão simples, meus amigos, e nem estou levando em consideração a segurança pública.

Mas e se esse plano de mobilidade urbana através da Baia de Guanabara tivesse em seu planejamento barcos com espaço para bicicletas? E se, por exemplo, pudéssemos pegar um barco na Vila do João em Bonsucesso e descer na Praça XV com nossas magrelas e seguir apenas por uns 5 a 10 minutos até nosso trabalho? Hein, hein, hein?

Isso é perfeitamente possível, meus caros, desde que se tenha VONTADE. E não acredito que essa vontade deva ser apenas política. Ela também tem de ser nossa e podemos tentar fazer com que ela seja colocada em prática. Que tal chamar a iniciativa privada para labuta? Que tal desafiarmos os gestores públicos? Que tal uma empresa que vem fazendo isso com maestria? E aí, UBER, que tal um UBER BOAT? E mais tantas outras empresas que podem e devem fazer parte de um plano desses.

Candidatos as eleições de 2016, segue o desafio e a pergunta: quais são seus planos para  mobilidade urbana e Baía de Guanabara? Aliás, qual o seu plano de mobilidade que vai além de BRT? Cidadãos cariocas, pessoas que aprendi a amar e respeitar, esse transporte desumano que nos é ofertado já não nos serve mais. O que podemos fazer? 

Mais informações:

Moradores da Ilha do Governador que usam a baía de Guanabara como transporte público - http://goo.gl/v5UdWG

Proposta da Firjan para mobilidade urbana - http://goo.gl/tUdpU6

Proposta Firjan para mobilidade urbana




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