Uma das áreas que mais gosto
dentro da sustentabilidade é a logística reversa. Área complexa, cheia de
desafios e que impacta cada vez mais o meio ambiente e o modelo de negócios das
empresas. Em um futuro não muito distante, pretendo, inclusive, pesquisar o
impacto da logística reversa no modelo de negócios de empresas do setor de
mineração e petróleo e gás.
Quando a gente pensa em logística
reversa, uma das questões mais críticas de se gerenciar diz respeito aos pontos
de coleta de resíduos, que, na maioria das vezes não são os mesmos que
funcionam como pontos de venda. Além disso, outra grande dificuldade é a imprevisibilidade
do retorno do produto, afinal, não tem como o ponto de coleta prever quando o
consumidor vai utilizar esse produto e quando vai descartar os resíduos.
Sobre logística reversa, lembram
que em julho escrevi sobre a atuação do Instituto Nacional de Processamento de
Embalagens Vazias, o inpEV e sobre o
protagonismo brasileiro na destinação
correta das embalagens plásticas primárias de defensivos agrícolas? Pois
bem, quem leu o texto, sabe que, através do Sistema Campo
Limpo, o país é líder mundial neste quesito, com um índice impressionante
de destinação correta, que hoje está em 94%.
Mas vocês pararam para pensar em
como funciona essa operação de recebimento de embalagens pós-consumo em um país
com a nossa extensão, com um público altamente capilarizado, sem contar os
problemas crônicos de infraestrutura e transporte, principalmente em áreas
remotas?
A premissa do Sistema Campo Limpo
é atuar com base na responsabilidade compartilhada e na cooperação dos
agricultores, da indústria fabricante, dos canais de distribuição e
cooperativas e do poder público. O processo da logística reversa do SCL começa já
no momento da compra, quando o produtor sabe, através da nota fiscal, os locais
de entrega das embalagens vazias.
Além disso, para facilitar ainda
mais o processo e dar mais uma opção ao produtor, desde 2013 o inpEV vem
implantando o agendamento eletrônico para a devolução das embalagens. O
agendamento é feito pela internet no endereço http://www.inpev.org.br/Agendamento/Page/home.aspx#
e o produtor marca o dia para fazer a entrega na central de distribuição que
ele escolher.
Acontece que mesmo com todas
essas facilidades, o processo de logística reversa não é tão simples. O Brasil
é, repito, um país imenso e com muitas características distintas que variam de
acordo com a região. E por conta disso, nem todas as localidades possuem postos
coletores de embalagens.
Mas aí vem a questão: eu moro num
município muito pequeno, sou um pequeno agricultor que compro, eventualmente, o
defensivo agrícola em um volume que não justifica a presença de um ponto de
coleta permanente próximo do local onde eu moro ou trabalho. Como eu faço esse
descarte?
Para atender a esse perfil de
produtor, criou-se o programa de Recebimento Itinerante, que consiste na ida de
uma equipe com caminhão a uma região específica para coletar embalagens vazias
e levá-las até os postos de recebimento. O programa acontece em todos os
estados do Brasil (mais o Distrito Federal) e só no ano de 2014 foram realizados
mais de 4800 recebimentos! O programa é de responsabilidade dos canais de
distribuição em parceria com entidades locais, veículos de comunicação e o
poder público e tem o apoio do inpEV.
E para reforçar mais uma vez a
importância do Sistema Campo Limpo e exemplificar como a logística reversa é
ponto-chave para a sustentabilidade das empresas e das sociedades, compartilho
com vocês o impacto positivo que o SCL vem causando no meio ambiente desde a
sua criação:
Conheça mais sobre o Sistema Campo Limpo em: http://bit.ly/1hmOlsi