Meu primeiro livro de 2015 foi um
livro de... sustentabilidade! Novidade, não? Acontece que ultimamente tenho
ficado bem seletiva em relação a livros desse tipo, pois a quantidade que já li
sobre o assunto me faz, muitas vezes, cair em duas armadilhas: ou o livro é
bobo e raso, ou o assunto é batido e não fala nada de novo.
Mas e aí que no final do ano
passado ganhei um novo livro de sustentabilidade, Capital Natural. Um livro,
diga-se de passagem, cujo título muito se assemelha à minha bíblia de
sustentabilidade, Capitalismo Natural. Não sei se a semelhança nos títulos foi
proposital, mas achei que faz todo o sentido.
Não, Capital Natural não é cópia
de Capitalismo Natural, pelo contrário. É totalmente complementar. Na verdade,
os conceitos apresentados no livro são anteriores ao que fala em Capitalismo
Natural. Explico: o tema central do Capital Natural é conservação. No livro, os
autores mostram como investir em conservação é bom do ponto de vista da
economia, da saúde, da administração e, é claro, do ponto de vista ambiental.
E é aí que entra o fascínio do
livro. Pensar em conservação nos dias de hoje é algo extremamente complexo. O mundo
explode nas 7 bilhões de pessoas. Precisamos cada vez mais de espaço para
agricultura mecanizada e para habitação. Como assim poderemos dispor de áreas e
mais áreas de floresta, de mananciais e de habitat naturais para fauna e flora?
Um dos temas muito discutidos em
economia ambiental nos dias de hoje é pagar para manter a floresta amazônica
intacta. Sim, pagar para não mexer nela. Muita gente acha completamente insano,
mas faz todo sentido. Não teria aqui números para corroborar isso, mas digo com
toda certeza e segurança que os custos com as externalidades são infinitamente
maiores.
E é isso que trata o livro
Capital Natural. A prova financeira de que conservar é o melhor caminho. O livro
é recheado de cases de sucesso e o que eu mais gostei foi o case da Dow, uma
empresa química, naturalmente intensiva em carbono, em externalidades e consumo
de recursos naturais, que prova como uma visão conservacionista fez bem para o
seu negócio e para o meio ambiente.
Apesar de se falar de conservação
desde a pré-história, o livro trata do tema de forma super moderna, sem o
paternalismo que muitos ainda têm, de vamos abraçar árvore. Capital Natural vai
de encontro a uma tendência cada vez mais forte no mercado financeiro, que é o
de fundos de investimento aplicarem dinheiro em florestas, plantação de árvores
e afins. Sim, os fundos de investimento estão fazendo isso!
Enfim, se você for como eu, que já
leu de quase tudo em sustentabilidade e procura algo novo, se você não leu de
tudo, mas quer ler algo bom ou então se você está iniciando no tema e procura
algo relevante para começar, esse é um livro que eu recomendo. Inclusive com a
dica que se você ainda não leu (como ousa?) Capitalismo natural e queira ler
sobre sustentabilidade em uma sequência lógica comece por Capital Natural. Vai
por mim, faz sentido.
Autores:
Mark R. Tercek // Jonathan S. Adams
Editora:
Alaúde
Ano:
2014