quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

O trabalho voluntário e a sustentabilidade

Por algumas vezes, poucas, assumo, trouxe o tema de voluntariado para o blog. Quem tiver interesse pode conferir aqui: Quer ser profissional de sustentabilidade, mas não tem experiência? e aqui: Voluntariado empresarial sustentável. É possível?

Confesso que não é um assunto constante no meu radar, mas nem por isso ele deixa de ter menos valor. Pelo contrário, é fundamental para a economia de um país (apesar de o PIB não reconhecer isso), é importante para as empresas que promovem o voluntariado corporativo, é vital para as instituições que recebem os benefícios desse trabalho e é tudo isso junto para quem pratica o voluntariado. E é sobre este último que quero falar.

Ok, talvez não seja politicamente correto pensar no retorno que alguém pode ter com o trabalho voluntário. Ok, ok, ok. Mas vamos parar com o mimimi e vamos falar do mundo real. Uma das grandes broncas da galera jovem é a dificuldade de conseguir uma oportunidade por falta de experiência. Uma das grandes pentelhações do povo que trabalha, mas está insatisfeito com o que faz é, justamente, conseguir mudar de área.

Muita gente diz que gostaria de se capacitar, mas não tem dinheiro para investir na formação. Uma das grades dificuldades que mulheres que por algum tempo optam pela dedicação à maternidade tem, é a reinserção no mercado de trabalho. A mesma coisa vale para quem fica desempregado por mais tempo do que o considerado “aceitável”.

E aí eu digo com toda certeza: quem passou por esses empecilhos já pensou o poder que um trabalho voluntário tem para o seu currículo? Sei que cada um sabe onde o calo aperta, e sei que a gente tem de fazer o trabalho voluntário de coração aberto, mas será que é errado pensar nas portas que podem se abrir a partir de um trabalho não remunerado?

Não que isso seja uma garantia, mas é perfeitamente possível conseguir emprego partindo do voluntariado. Seja porque seu networking aumentou, seja porque durante o trabalho voluntário você mostrou suas habilidades e competências, seja porque o seu currículo melhorou, seja por tudo isso junto ou por alguma força que ninguém sabe explicar.

Repito que cada um sabe onde o calo aperta, mas em tempos de crise e mercado desaquecido é uma boa forma de as pessoas se diferenciarem e também se desenvolverem. Muito mais do que um mero trabalho “gratuito”, as pessoas devem encarar o trabalho voluntário como um legado.

E aí, aproveitando o tema, uma boa oportunidade é o programa de voluntariado para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. Além de fazerem parte da história do esporte mundial, os 70.000 voluntários passarão por diversos treinamentos a partir do ano que vem. São mais de 1.600 cursos desenvolvidos para os Jogos, como, por exemplo, liderança e excelência em serviços, sem contar, ainda, que todos os voluntários terão direito a curso gratuito de inglês.

Não é uma baita oportunidade de enriquecer o currículo? Você, por exemplo, por razões que não vêm ao caso, nunca teve chance de estudar inglês. Aí você é um dos 70.000 voluntários selecionados e ganha o curso. Esse conhecimento não morre ao fim dos Jogos. Ele fica para a sua vida.

Pois bem, as inscrições para o Voluntário dos Jogos Rio 2016 terminam dia 15 e as vagas são as mais variadas possíveis. Tem para maquiador, tem para fotógrafo, atendimento ao público, intérprete, médico, cabeleireiro, figurinista, fisioterapeuta, socorrista etc etc etc. Certamente uma combina com o seu perfil.


Para inscrições e mais informações: http://www.rio2016.com/voluntarios/

3 comentários:

  1. Falou tudo, Ju! O retorno existe e é maior do que financeiro.

    Parabéns :D

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  2. Com certeza temos que ter atitudes assim.

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  3. O voluntariado é uma atividade que em muitos dos casos beneficia mais o voluntário do que aquele que será beneficiado pela ação voluntária. Pois, ele desencadeia diversas consequências como compaixão, fortalecimento de valores internos, despertar de talentos e habilidades e solidariedade. Sem falar que o voluntariado sim é um meio também de aprendizagem de uma nova área. Há vários casos de sucesso de grandes profissionais que mudaram suas vidas a partir do voluntariado. E por essas pessoas já terem se firmado nessa nova área, não abandonaram o voluntariado que assumiram como uma atividade paralela.

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