Sempre fui pé atrás em relação ao
que as pessoas falam sobre carbono. Sabe por quê? Porque o público médio ainda acha que a solução para o carbono é plantar árvore. Papo chato.
Mas as coisas evoluem. Não tanto
na velocidade que eu gostaria e o tema demanda, mas as coisas evoluem. Ainda bem.
No caso do carbono, sempre falei que não adianta a empresa plantar árvore
para "neutralizar" seus impactos, se o processo de produção não mudar. Além do que, o efeito é muito, muito pequeno. Ainda tem o fato de que se
todas as empresas pensarem o mesmo, uma hora não vai mais ter muda e nem espaço
pra plantar tanta árvore.
A evolução me fez ver que algumas
organizações, poucas ainda, superaram a história de plantar
árvore e hoje fazem, realmente, gestão de carbono. Mas o que isso significa
exatamente? Significa que a empresa vai
traçar uma estratégia para que a sua pegada de carbono diminua. E para isso acontecer, ela precisará mudar processos internos, seja de
produção, seja de negócios, sejam os dois.
Pois bem, por mais eficiente que
seja o processo de uma empresa, ele gera impactos no meio ambiente. Qualquer ação gera impactos.
Você respirar gera impactos. Acontece que no ritmo de produção dos dias de
hoje, os impactos, eficientes ou não, contribuem para as mudanças climáticas. Só
que o planeta respira por aparelhos há algum tempo e não dá pra esperar a
árvore crescer sei lá aonde para começar a deixar o clima mais fresquinho. É aí
que entra o uso da tecnologia.
A tecnologia, hoje, é uma grande aliada na chamada economia de baixo carbono.
Vamos pensar: atualmente, quem é o grande vilão das emissões? Energia. Principalmente a
oriunda do petróleo e carvão. Vamos pensar no Brasil. Apesar de termos um
sistema elétrico relativamente limpo, o aumento da demanda e a política
energética equivocada vêm fazendo com que o
acionamento das térmicas esteja cada vez mais frequente.
E aí eu pergunto: qual a matéria
prima que alimenta as termoelétricas? Carvão. Além de encarecer o custo de
produção de energia, suja absurdamente a nossa matriz. Até o início do ano, 22% da energia elétrica consumida no Brasil vinha das térmicas. Com a estiagem nos meses subsequentes, tenho certeza que esse número aumentou.
Muito desse consumo energético vem da industria, que contribui bastante para as mudanças climáticas. Como ela pode minimizar esse impacto? E
se ao invés do basicão de plantar árvores, a empresa compensasse suas emissões passando
impermeabilizante em, sei lá, telhados de instituições de caridade, escolas ou
hospitais?
Sabe o chamado telhado branco,
que reflete cerca de 90% do calor? Então, o impermeabilizante cria isso. Com o
calor refletido, esse telhado proporciona melhoria térmica. Ligar o ar
condicionado raramente vai ser necessário. E aí temos a conta básica: menos ar
condicionado, menos energia gasta, menos térmica acionada, menos CO2
emitido. Sem contar na melhoria de qualidade de vida e na diminuição do custo
na conta de luz. Ou seja, os benefícios são imediatos, duram por vários anos e
são tanto climáticos, quanto sociais e econômicos.