Quando a gente fala de design no
mundo corporativo, é muito comum as pessoas pensarem em marcas, logotipos, embalagens
e sites. Nada mais tacanho. Sim, isso é design.
Mas design não é só isso.
Dentro da engenharia de produção,
por exemplo, há a questão de layout de fábricas. Temos os desenhos de
processos, desde os produtivos, até os operacionais, chegando, é claro, nos
processos de negócio. É esse desenho que vai dizer como a empresa funciona em
seu dia-a-dia, como as pessoas vão realizar suas atividades, como a
sustentabilidade é, efetivamente, praticada...
Aí começa o primeiro enlace
entre a sustentabilidade e o design.
Um bom desenho de processos, permite às empresas maior eficiência operacional e,
muitas vezes, redução de custo e desperdício (de tempo, de recursos humanos, de
matéria prima, de energia, de água, de transporte, de equipamentos etc etc etc).
Com o mundo virando de cabeça
para baixo de tempos em tempos (e esse tempo está cada vez mais curto), as companhias
se depararam com a necessidade de se reinventarem. Aí entra novamente a
sustentabilidade e design, sendo que
dessa vez o enlace não se dá nos processos da empresa, mas em um nível acima, onde
fica a estratégia e o modelo de negócios.
O design thinking é um
processo que utiliza a criatividade para o fomento da inovação e da busca de
soluções inovadoras para os problemas (que às vezes ainda nem são problemas). É
uma visão que leva as pessoas a olharem o todo e a integração do todo com as
particularidades. Dentre muitas questões, uma que me interessa
bastante é o fato de o design thinking contrastar com o pensamento
cartesiano. Pensamento este que ainda hoje impregna as empresas e a lógica de
raciocínio da maioria dos engenheiros e economistas.
O processo de DT permite aos
envolvidos o conhecimento e análise profunda de problemas, proporcionando soluções
com diferentes perspectivas e pontos de vista. Apesar de ter um foco muito grande
em inovação de produtos/serviços e um apelo muito forte para o marketing,
quando trazemos o design thinking para a sustentabilidade, estamos
falando, fundamentalmente, de remodelagem de negócios.
Em um mundo que consome muito
mais recursos que a natureza é capaz de repor, por quantos anos vocês acham que
a Apple, por exemplo, consegue manter esse modelo de um lançamento por ano? Em
um mundo que começa a falar de cobrança de impostos com base nas externalidades, quanto
a Petrobras terá de investir em pesquisa de energia de baixo carbono? Como o
crescimento da logística reversa e o aumento da reciclagem de eletrônicos
afetará a demanda por minério virgem da Vale?
É óbvio que essas questões não
serão respondidas amanhã e nem tiram o sono de nenhum CEO. Por enquanto. Mas quando
começarem a tirar, nenhuma reengenharia e nenhum downsizing serão suficientes. Porque
a mudança terá de ser forte, começando pela remodelagem de pensamento das
pessoas.
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