No ano passado ganhei, certamente, o melhor presente que alguém me deu nos últimos anos, o livro Capitalismo Natural. Lê-lo foi como tomar um soco no estômago. É desconcertante. Lembrar
do capítulo que fala do carro de fibra de carbono dá, até hoje, arrepio na espinha.
Pois bem, eis que em 2011 a “continuação”
de Capitalismo Natural é publicada (aqui no Brasil foi lançada no final de 2013). Capitalismo
Climático só não é um soco no estômago para quem já leu o primeiro livro e está
familiarizado com a lógica de uma das autoras, L. Hunter Lovins. Mas é igualmente
inovador e obrigatório a quem estuda, trabalha ou tem interesse em
sustentabilidade corporativa.
De forma resumida, o livro prova, através de uma linguagem bem universal, a do retorno financeiro, o porquê de investir em uma indústria de baixo carbono compensa. E aí ele, obviamente e obrigatoriamente, entra na questão energética. O sexto capítulo, o que trata de um mundo sem petróleo, é simplesmente uma obra prima.
Ao contrário do que o lobby dos
combustíveis fósseis faz-nos acreditar, L. Hunter Lovins e Boyd Cohen mostram
que com a criação de um mercado voltado para a preocupação climática, não
haverá perda de empregos e nem perdas econômicas. Pelo contrário, os empregos que hoje estão baseados em petróleo, gás e carvão se transformarão, além de novos serem criados,
assim como a nova economia que surgirá.
Saindo do petróleo e indo para a
energia elétrica, o livro trata de uma coisa mais do que óbvia, mas que o
Brasil parece não entender: eficiência energética do que já tem é a melhor
energia possível. Só depois disso é que devemos pensar em construir usinas de
energia renovável. E aí, meu amigo, tomamos não só um soco no estômago, mas ganhamos, também, um baita cascudo.
O livro trata, ainda, da questão
da construção sustentável e de sua importância para a economia de baixo
carbono, principalmente por conta da manutenção dos prédios e do consumo
energético deles. O livro também passa pela agricultura sustentável, pelo mercado
de carbono e finaliza em tom apocalíptico que eu, espero, nunca chegue.
Capitalismo Climático trata de casos de
sucesso onde a economia de baixo carbono e lucro deram as mãos. E também de
como isso tem um efeito duplamente positivo: seja pelo lado financeiro, seja
pelo lado ambiental e de minimização dos efeitos do clima. No entanto, ele
finaliza com a ideia de que a mudança é inevitável e de como teremos de nos adaptar às mudanças climáticas. E não, eu não gostei nenhum pouco do que li. Foi um soco
no estômago, um cascudo na cabeça e um dedo na ferida.
Capitalismo Climático - liderança inovadora e lucrativa para um crescimento econômico sustentável
Autores: Boyd Cohen / L. Hunter Lovins
Autores: Boyd Cohen / L. Hunter Lovins
Editora: Cultrix / Amana-Key
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