quarta-feira, 31 de julho de 2013

Quer se tornar um profissional de sustentabilidade, mas não tem experiência?

Escrevi esse texto em julho de 2010. Mesmo tendo passado pouco mais de três anos, vejo que ele ainda é bastante atual e retrata muito o espírito de quem quer entrar na área de sustentabilidade porém não tem experiência. É claro que agora há o agravante da crise tanto econômica, como da própria área de sustentabilidade, mas ainda assim acredito que o caminho proposto seja viável. E e justamente por isso que acho interessante compartilhar essa percepção com quem acompanha o blog há menos tempo ou não teve oportunidade de ler todos os posts. 

Com pouco mais de um ano de existência do blog, recebo diversos e-mails de pessoas me perguntando como fazer para trabalhar com sustentabilidade. Diria que 60% dos e-mails que recebo são sobre isso. Muitos reclamam que para entrar na área as empresas exigem experiência, mesmo quando ela está sendo formada e nem as organizações sabem direito o que querem. 

Bem lá no início eu escrevi um texto que falava justamente do perfil da área de sustentabilidade, o tipo de profissional procurado, as competências comportamentais que ele deve ter, as formações mais procuradas e as experiências ideais (não necessariamente em sustentabilidade). Sem contar que há um bom tempo venho fazendo uma agenda mensal de cursos e eventos que auxiliam a capacitar os profissionais.

Acontece que mesmo assim a dificuldade é imensa e as pessoas não conseguem emprego para trabalhar com sustentabilidade. Neste mesmo artigo em que falo do perfil do profissional, falo um pouco de como é o perfil da área nas empresas. E a má notícia é que ela é, na maioria das vezes, muito enxuta. Ou seja, poucas vagas que, quando aparecem, batem de frente com a falta de profissionais qualificados (e é uma dificuldade real que presencio aos montes).

Uma vez conversando com uma pessoa que fazia um MBA voltado para sustentabilidade, mas trabalhava em algo completamente diferente, falei como ela poderia se tornar interessante para a área. Porque a primeira coisa que aviso é que pós-graduação não vai habilitar ninguém a ser um profissional de sustentabilidade e nem vai ser garantia de emprego. Isso, inclusive, foi uma das coisas que mais me irritou quando fiz MBA, já que a maioria tinha muito pouco a contribuir, pois não tinha experiência.

Mas enfim, como arranjar essa tão necessária prática na área? A principal dica que dou é fazer um trabalho voluntário que proporcione a experiência. Neste caso, quando falo de voluntariado, não digo ir para uma creche limpar bumbum de criança. Em outro artigo que escrevi para o blog, falo da possibilidade de se fazer um voluntariado corporativo sustentável e como seria transformar uma ação meramente filantrópica em algo mais estratégico.

Estando ou não dentro de uma empresa, independente das atividades de voluntariado corporativo, qualquer pessoa pode procurar uma instituição do terceiro setor e propor soluções sustentáveis para ela. Seja reestruturando o departamento de captação, seja fazendo com que algum processo seja menos impactante ao meio ambiente, seja aplicando os conceitos da área no negócio. Enfim, meios para ganhar a experiência não faltam.

Outra sugestão que também dou é aplicar a sustentabilidade na área em que você já trabalha. Tá no financeiro? Procure mecanismos ou proponha projetos que envolvam finanças sustentáveis. É do RH? Tem um mundo de ações para se fazer. Trabalha no marketing, na comunicação, em supply, em IT? Dedique algumas horas da sua vida a como transformar o seu departamento em uma área sustentável.

Faça isso, depois coloque no currículo e veja como a sua experiência será valorizada pelo mercado.



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