Escrevi esse texto em julho de 2010. Mesmo tendo passado pouco mais de três anos, vejo que ele ainda é bastante atual e retrata muito o espírito de quem quer entrar na área de sustentabilidade porém não tem experiência. É claro que agora há o agravante da crise tanto econômica, como da própria área de sustentabilidade, mas ainda assim acredito que o caminho proposto seja viável. E e justamente por isso que acho interessante compartilhar essa percepção com quem acompanha o blog há menos tempo ou não teve oportunidade de ler todos os posts.
Com pouco mais de um
ano de existência do blog, recebo diversos e-mails de pessoas me perguntando
como fazer para trabalhar com sustentabilidade. Diria que 60% dos e-mails que
recebo são sobre isso. Muitos reclamam que para entrar na área as empresas exigem
experiência, mesmo quando ela está sendo formada e nem as organizações sabem
direito o que querem.
Bem lá no início eu escrevi um texto que falava justamente do perfil da área de
sustentabilidade, o tipo de profissional procurado, as competências
comportamentais que ele deve ter, as formações mais procuradas e as
experiências ideais (não necessariamente em sustentabilidade). Sem contar que
há um bom tempo venho fazendo uma agenda mensal de cursos e eventos que
auxiliam a capacitar os profissionais.
Acontece que mesmo assim a dificuldade é imensa e as pessoas não conseguem
emprego para trabalhar com sustentabilidade. Neste mesmo artigo em que falo do
perfil do profissional, falo um pouco de como é o perfil da área nas empresas.
E a má notícia é que ela é, na maioria das vezes, muito enxuta. Ou seja, poucas
vagas que, quando aparecem, batem de frente com a falta de profissionais
qualificados (e é uma dificuldade real que presencio aos montes).
Uma vez conversando com uma pessoa que fazia um MBA voltado para
sustentabilidade, mas trabalhava em algo completamente diferente, falei como
ela poderia se tornar interessante para a área. Porque a primeira coisa que
aviso é que pós-graduação não vai habilitar ninguém a ser um profissional de
sustentabilidade e nem vai ser garantia de emprego. Isso, inclusive, foi uma
das coisas que mais me irritou quando fiz MBA, já que a maioria tinha muito
pouco a contribuir, pois não tinha experiência.
Mas enfim, como arranjar essa tão necessária prática na área? A principal dica
que dou é fazer um trabalho voluntário que proporcione a experiência. Neste
caso, quando falo de voluntariado, não digo ir para uma creche limpar bumbum de
criança. Em outro artigo que escrevi para o blog, falo da possibilidade de se
fazer um voluntariado
corporativo sustentável e como seria transformar uma ação
meramente filantrópica em algo mais estratégico.
Estando ou não dentro de uma empresa, independente das atividades de
voluntariado corporativo, qualquer pessoa pode procurar uma instituição do
terceiro setor e propor soluções sustentáveis para ela. Seja reestruturando o
departamento de captação, seja fazendo com que algum processo seja menos
impactante ao meio ambiente, seja aplicando os conceitos da área no negócio.
Enfim, meios para ganhar a experiência não faltam.
Outra sugestão que também dou é aplicar a sustentabilidade na área em que você
já trabalha. Tá no financeiro? Procure mecanismos ou proponha projetos que
envolvam finanças sustentáveis. É do RH? Tem um mundo de ações para se fazer.
Trabalha no marketing, na comunicação, em supply, em IT? Dedique algumas horas
da sua vida a como transformar o seu departamento em uma área sustentável.
Faça isso, depois coloque no currículo e veja como a sua experiência será
valorizada pelo mercado.
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