Essa é uma pergunta instigante.
Se olharmos a economia clássica, aquela que teve o ápice nos anos 80 e 90, diria
que eles pensam muito pouco. Se olharmos para os últimos cinco anos, digo que o
tema entrou na pauta, mas não mobilizou. A crise pela qual estamos passando (por
mais que alguns teimem em dizer que foi só uma marolinha) vem deixando
cicatrizes profundas e apontando a necessidade de se criar um novo modelo
econômico.
Acredito que uma das saídas para a
crise de 2008 tenha a ver com a sustentabilidade. Acredito não, tenho certeza. Mas
a mudança é lenta e requer uma transformação muito complexa em empresas,
governos, sociedades e na forma como estes três agentes se relacionam entre si
e com o meio ambiente.
Apesar da dificuldade de se lidar com longo prazo e cenários críticos e, ao mesmo tempo, instáveis, questões relacionadas à energia, aquecimento global, perda de biodiversidade, escassez de água, população de nove bilhões de pessoas etc terão de ser enfrentadas com mais seriedade.
Por conta dos cenários que se
desenham para o futuro, a sustentabilidade sai um pouco do eixo da engenharia, focada
na ecoeficiência e na melhoria de processos e passa a dividir o sofá com a
economia, que tratará de mercado de carbono, oferta x demanda de alimentos
escassos, viabilidade financeira de tecnologias sustentáveis, a própria
economia de baixo carbono, dentre outras questões.
Sabendo que a maioria das escolas
de economia ainda ensina as mesmas teorias que se aprendia há 30 anos, a
pergunta-chave, hoje, é: o que os economistas
pensam sobre sustentabilidade? Para respondê-la, li o livro quase homônimo
(no livro o título não é uma pergunta, mas uma afirmação), onde Ricardo Arnt,
jornalista, entrevistou 15 renomados economistas brasileiros.
Uma leitura deliciosa. Em alguns
momentos provocativa, em alguns momentos irritantes (principalmente com aqueles
economistas old school que teimam em
dizer que o mercado resolverá tudo), em muitos momentos reflexiva. Confesso que
me surpreendi com a visão de sustentabilidade de alguns economistas, ao mesmo
tempo em que me decepcionei com outros.
Por mais que em algumas situações (e aí está o grande barato do livro) o pensamento de um economista sobre
determinado tema seja completamente antagônico a de outro, todos concordam com
o papel que cabe a nós em relação à Amazônia e o fato da inviabilidade de
se falar de crescimento zero em países em desenvolvimento, como Brasil, China e
Índia.
Com isso fica a reflexão, já que
somos um país em desenvolvimento, de como crescer de forma sustentável em um
mundo próximo ao limite dos recursos naturais e com o fantasma das mudanças
climáticas rondando a economia global. Resumindo: O que os economistas pensam
sobre sustentabilidade é um baita livro e um convite à leitura para
profissionais de todas as áreas, dos mais diversos setores.
E não esqueçam! Cursos de sustentabilidade da AS estratégia e
gestão sustentável em julho e agosto no Rio e SP http://goo.gl/Jv6Vg
Quer levar a palestra "Sustentabilidade, empreendedorismo e inovação" para a sua universidade?
http://goo.gl/SPU9e