Muito se tem falado nos últimos
anos sobre a política nacional de resíduos sólidos, regulamentada em 2010 e que
começará a entrar em vigor em 2014. É uma lei multidisciplinar, que exigirá
esforços não somente dos governos, mas também das empresas e da sociedade. Estamos
falando fundamentalmente do fim dos lixões, da regulamentação da profissão de
catador e do ciclo de vida do produto.
Apesar de 90% dos materiais
descartados serem recicláveis (apenas 10% são considerados rejeitos), no
Brasil, somente 13% dos resíduos gerados nas cidades são, efetivamente,
reciclados. Faltando pouco mais de um ano para a lei começar a entrar em vigor,
a coleta seletiva ocorre em menos de 15% dos municípios. E por não
aproveitarmos o potencial desse mercado, jogamos no lixo, todos os anos, cerca
de R$ 8 bilhões.
Do ponto de vista corporativo, não
é segredo que muitas empresas viram a oportunidade por trás de uma melhor
gestão de resíduos, indo muito além de cumprimento legal e reputação. Ouso
colocar uma empresa brasileiríssima como uma das líderes mundiais em gestão de
resíduos. A Ambev, através do programa Ambev
Recicla promove um sistema de gestão integrado que além de reduzir a
pressão no consumo de matéria prima e recursos naturais, beneficia toda a
cadeia envolvida na reciclagem.
Em termos estatísticos, a Ambev
conseguiu diminuir em pouco mais de 80% a quantidade de resíduos gerados na
última década e reaproveitar impressionantes 99,05% dos subprodutos gerados no
processo de fabricação de bebidas. O bagaço do malte, por exemplo, vira ração
de gado, o fermento é usado na composição de aromatizantes e o gás gerado na
produção de refrigerantes via biogás que alimenta a fábrica de vidros.
Falando em vidro, em 2008, foi
inaugurada no Rio de Janeiro a Ambev Vidros, que utiliza cacos reciclados na
fabricação de garrafas. Hoje, de cada 10 garrafas produzidas, 7 são feitas de
vidro reciclado, o que gera uma economia de 30% de energia para a fusão dos
fornos e 100 mil toneladas de matéria-prima virgem em um ano.
Além disso, a Ambev é pioneira no
país no lançamento da garrafa de PET 100% reciclada. No primeiro ano da
iniciativa, a empresa evitou o uso de 1,3 milhões de quilos de material virgem.
Até o final desse ano há a previsão de que sejam retirados do meio ambiente
mais de 130 milhões de garrafas de plástico, num processo que consome 70% menos
de energia, que reduz em 70% a emissão de CO², além de economizar 20% no
consumo de água.
Esse círculo virtuoso da gestão
de resíduos da Ambev prova que mesmo quando não há o incentivo de políticas
públicas, as empresas podem fazer o que é certo. Há ainda outros agentes que
não foram citados, que é o catador e cooperativa, que ganham posição de
destaque quando o processo é eficiente. A demanda é criada e o ganho em escala
é percebido. Sem contar, ainda, que pela regrinha básica da economia, quando a
demanda aumenta em relação à oferta, o preço aumenta.
Que o exemplo da Ambev sirva para
as empresas de base (lê-se mineração e petróleo & gás) se prepararem para
uma nova realidade de negócios que ainda está engatinhando, mas que cedo ou
tarde será uma constante, principalmente sabendo que de cada tonelada de
plástico reciclado, deixa-se de consumir 130 litros de petróleo e de cada
tonelada de metal reciclado, deixa-se de extrair 1200 quilos de minério de
ferro.
Abaixo um infográfico a respeito
da primeira garrafa PET 100% reciclada no Brasil:
E não esqueçam! Cursos de
sustentabilidade da AS estratégia e gestão sustentável em junho e julho Rio e
SP http://goo.gl/6hTWr
Juliana.
ResponderExcluirAs ações ,mesmo que isoladas de grandes empresas, refletem uma nova maneira de viver e ver o meio ambiente e a sustentabilidade.
Em Curitiba, desenvolvemos o PROGRAMA BITUCA ZERO de coleta e reciclagem do resíduo do cigarro - a bituca. Todo o resíduo é resaproveitado, o filtro, o papel e o fuma. Transformados em uma biomassa, essa serve de base para projetos de hidrossemeadura em áreas degradadas. Desde o início do BITUCA ZERO, quase 3 milhões de bitucas deixaram de entupir galerias pluviais, degradar visualmente ruas, praças e parques e evitar a poluíção em rios e cursos dágua. Empresas como Renault, CR Almeida, JMalucelli, landis+Gyr, entre outras, são parceiras nesse programa.
Quantas outras poderiam participar dessa ação, que também financia palestras e ações ambientais em escolas públicas e privadas, universidades e empresas.
Conheça um pouco mais desse trabalho:
www.ecocitybrasil.blogspot.com
Parabéns e sucesso.
Só falta agora a Ambev tornar suas ações mais éticas e proibir as empresas que compõem o grupo patrocinar rodeios. Isto continua sendo uma aberração, como pode ter uma postura ética e sustentável e patrocinar maus-tratos aos animais e porque ninguém cobra isso da Brahma, Skol, Antarctica, etc? Haja hipocrisia quando o assunto é sustentabilidade e mundo melhor.
ResponderExcluir