Apesar de pouco ter escrito nos últimos meses, a pauta aqui é
basicamente uma: sustentabilidade focada na estratégia e nos processos das
empresas. Mas e se pararmos para pensar na questão do trabalho das pessoas? Não
estou falando das pessoas que trabalham na área de sustentabilidade e, muito
menos, de como tornar a sua área mais sustentável.
Quando uma empresa está em processo de transformação para a
sustentabilidade, sabemos que os processos de negócio e operação mudam. Mas não
é apenas as atividades que mudam. A forma de se trabalhar também muda e aí
estamos falando de dois impactos. Um pode ser minimizado com o gerenciamento da
mudança, que significa, fundamentalmente, comunicação e treinamento. Mas e o
impacto na pessoa e na sustentabilidade do trabalho?
Antes da resposta, pergunto: afinal, o que seria um trabalho
sustentável?
Repito: parece clichê e mesmo óbvio tratar desse assunto, uma vez que
está na ponta da língua de praticamente todas as empresas, afinal, ninguém quer
posar de vilã! Mas quantas efetivamente colocam isso em prática? Quantas se dão
conta de que muitas vezes o não alcance de metas não são falhas individuais,
mas sim o reflexo de um sistema de produção falho?
Se pensarmos do ponto de vista de recursos de uma empresa, eles têm um
custo de aquisição, de depreciação, tem o tempo de vida útil, a obsolescência
e, consequentemente, o descarte. No entanto, os recursos humanos, obviamente, não
passam por esse processo. Além disso, são, dentre todos os recursos produtivos,
os únicos que podem se desenvolver, enquanto os outros, no máximo, podem ser
preservados.
Com isso em mente, a questão aqui não é aumentar a vida útil do recurso,
mas o de criar mecanismos que permitam as pessoas se desenvolverem e retornarem
esse desenvolvimento em forma de maior rentabilidade para empresa, afinal, qual
o custo anual com absenteísmo, turnover,
acidente de trabalho, baixa produtividade e afins?