Quando iniciei esse blog, há pouco menos de três anos, o segundo ou terceiro post foi falando da importância da gestão da mudança quando o assunto é sustentabilidade corporativa. Partindo do princípio que sustentabilidade não é simplesmente criar uma nova caixinha no organograma, colocar a secretária da diretoria como gerente (acreditem, isso acontece por demais em grandes empresas), disponibilizar uma verba anual e criar alguns projetos sociais e ambientais, a gestão da mudança faz-se fundamental.
Fundamental por dois motivos:
quando se atrela a sustentabilidade à gestão de processos, a sua implantação
significa mudança na rotina de trabalho diário das pessoas. Pode envolver uma
mudança de sistema, pode envolver uma mudança de função, pode envolver inclusão
de novas atividades no dia-a-dia e certamente vai envolver mudança de
comportamento.
Uma empresa que quer ter a
sustentabilidade inserida em seu planejamento estratégico e em seus processos
de negócio e produção precisa ter pessoas engajadas e comprometidas com o tema.
Qualquer mudança, por si só, gera desconforto e resistência. Além de toda a
mudança do escopo do trabalho, a sustentabilidade implica mudança de postura,
de visão, de cultura e de valores. Sendo que, muitas vezes, ela impacta em
nossos valores pessoais.
É o que eu sempre digo: se uma
empresa opta pela sustentabilidade, não tem como o funcionário ser sustentável
apenas em horário comercial. São mudanças que ele vai levar para a vida dele. Por
mais que eu fale da sustentabilidade como um novo modelo de gestão, ela começa,
de verdade, quando os colaboradores compram a ideia. E aí não é apenas fazer um
joinha de que aceitou mais uma maluquice vinda do corpo executivo; é praticar
de fato o que a sustentabilidade propõe.
O processo de gestão da mudança
para sustentabilidade não é muito diferente de qualquer outra mudança que
ocorre nas empresas. Análise de impactos, mapeamento de stakeholders, gestão de patrocinadores, indicadores, métricas, rede
da mudança, treinamento, comunicação, bla, bla, bla. No entanto, quando falamos
de treinamento, comunicação e indicadores a coisa muda de muito de figura.
Tanto a comunicação da mudança
para a sustentabilidade, quanto os treinamentos vão muito além de transmitir
uma informação. São nessas duas etapas que se conquista, ou não, o engajamento
e o envolvimento das pessoas com a causa. Sim, por mais que a sustentabilidade
deva ser tratada como modelo de administração estratégica, por mais que envolva
metodologias, técnicas e ferramentas de controle, ela é uma causa. E por ser
uma causa, os indicadores não são meros números. Eles devem refletir o
engajamento que se busca na mudança e o que se espera que seja feito com o
conhecimento daqui em diante.
E atenção:
Últimas vagas para o curso de introdução à
sustentabilidade corporativa dias 22 e 23 de maio em Recife. Mais informações: http://migre.me/8HCky