sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

A multidisciplinaridade da sustentabilidade


Num mundo cada vez mais especializado, onde as pessoas procuram saber absurdamente muito sobre alguma coisa, a sustentabilidade, principalmente do ponto de vista corporativo, vem na contramão da história. Já escrevi algumas vezes sobre o assunto, sendo que o texto que melhor suporta o tema é esse: http://www.sustentabilidadecorporativa.com/2011/03/qual-o-verdadeiro-perfil-do.html

Acho que já deixei claro aqui por diversas vezes a visão que tenho da sustentabilidade. Encaro-a como uma proposta de um novo modelo de administração empresarial. Ela não tem como funcionar isolada e não deve ser meramente um escritório de projetos. Ela deve ser considerada já no planejamento estratégico, inserida em cada um dos processos (de negócios e de produção) da empresa e no dia-a-dia da operação.

Traduzindo, a sustentabilidade, assim como a área financeira, por exemplo, deve fazer interface com todas as demais áreas. Caso a empresa seja madura o suficiente, ela, sequer, precisa ter a área estruturada.  Basta que os funcionários estejam engajados o suficiente e que o conceito esteja inserido em sua gestão.

Por conta dessa interface, não vejo o profissional de sustentabilidade como um especialista, mas sim um generalista e um constante estudioso que tem, sim, obrigatoriamente, de saber um pouco de cada coisa. Tem gente que vê isso como um aspecto negativo, já que, dizem, quem sabe um pouco de tudo, na verdade, não sabe de nada.

No entanto, para mim, ser um profissional generalista é uma baita de uma vantagem, principalmente para quem trabalha em grande empresa, que raramente proporciona aos seus funcionários a oportunidade de enxergar o negócio como um todo. E quando se trata da sustentabilidade, além de ter a visão macro, é possível enxergar o negócio em longo prazo, é possível enxergar cenários internos e mesmo externos, é possível perceber movimentações de mercado...

Por isso, digo que a formação do profissional de sustentabilidade é irrelevante. É claro que quem estuda administração ou engenharia de produção vai desenvolver uma visão generalista mais facilmente. Mas nada que uma boa dose de pró-atividade e capacidade de autodesenvolvimento não resolvam. Ah, e não se esqueçam de, junto com a capacitação voltada diretamente para a sustentabilidade, deem valor a cursos de gestão estratégica e gestão de processos. Não será apenas um curso de GRI ou de gestão de stakeholders, por exemplo, que vai dar a base teórica que vocês precisam para serem bons profissionais na área.

E não se esqueçam: curso de introdução à sustentabilidade corporativa no Rio de Janeiro dias 04 e 11 de fevereiro. Mais informações: http://migre.me/7wrGT

0 comentários: