Num mundo cada vez mais
especializado, onde as pessoas procuram saber absurdamente muito sobre alguma coisa,
a sustentabilidade, principalmente do ponto de vista corporativo, vem na
contramão da história. Já escrevi algumas vezes sobre o assunto, sendo que o
texto que melhor suporta o tema é esse: http://www.sustentabilidadecorporativa.com/2011/03/qual-o-verdadeiro-perfil-do.html
Acho que já deixei claro aqui por
diversas vezes a visão que tenho da sustentabilidade. Encaro-a como uma
proposta de um novo modelo de administração empresarial. Ela não tem como
funcionar isolada e não deve ser meramente um escritório de projetos. Ela deve
ser considerada já no planejamento estratégico, inserida em cada um dos
processos (de negócios e de produção) da empresa e no dia-a-dia da operação.
Traduzindo, a sustentabilidade,
assim como a área financeira, por exemplo, deve fazer interface com todas as
demais áreas. Caso a empresa seja madura o suficiente, ela, sequer, precisa ter
a área estruturada. Basta que os
funcionários estejam engajados o suficiente e que o conceito esteja inserido em
sua gestão.
Por conta dessa interface, não
vejo o profissional de sustentabilidade como um especialista, mas sim um
generalista e um constante estudioso que tem, sim, obrigatoriamente, de saber
um pouco de cada coisa. Tem gente que vê isso como um aspecto negativo, já que,
dizem, quem sabe um pouco de tudo, na verdade, não sabe de nada.
No entanto, para mim, ser um
profissional generalista é uma baita de uma vantagem, principalmente para quem
trabalha em grande empresa, que raramente proporciona aos seus funcionários a
oportunidade de enxergar o negócio como um todo. E quando se trata da
sustentabilidade, além de ter a visão macro, é possível enxergar o negócio em
longo prazo, é possível enxergar cenários internos e mesmo externos, é possível
perceber movimentações de mercado...
Por isso, digo que a formação do
profissional de sustentabilidade é irrelevante. É claro que quem estuda
administração ou engenharia de produção vai desenvolver uma visão generalista
mais facilmente. Mas nada que uma boa dose de pró-atividade e capacidade de
autodesenvolvimento não resolvam. Ah, e não se esqueçam de, junto com a
capacitação voltada diretamente para a sustentabilidade, deem valor a cursos de
gestão estratégica e gestão de processos. Não será apenas um curso de GRI ou de
gestão de stakeholders, por exemplo,
que vai dar a base teórica que vocês precisam para serem bons profissionais na
área.
E não se esqueçam: curso de
introdução à sustentabilidade corporativa no Rio de Janeiro dias 04 e 11 de
fevereiro. Mais informações: http://migre.me/7wrGT