O blog vai entrar de férias hoje, mas gostaria de deixar um
último post como caminho para o que quero mais abordar aqui no ano que vem: a
sustentabilidade no planejamento estratégico das empresas. Já falei sobre isso
algumas vezes, seja citando o
modelo GRI como forma de se colocar em prática esse planejamento, seja falando
de como podemos utilizar
o conceito junto às ferramentas de gestão, ou mesmo como devemos pensar nos
indicadores
de sustentabilidade.
O planejamento estratégico é nada mais que um processo onde
se formula objetivos e se traça um plano de ações em longo prazo para que estes
objetivos sejam alcançados. Apesar de exigir pensamento abstrato de seus
idealizadores, ele se fundamenta em muita análise macroeconômica, em muita
análise da concorrência e muita análise do próprio umbigo, projetando um
cenário para, geralmente, os cinco anos seguintes de onde ou como a empresa
gostaria de estar ou ser vista.
Sabe a missão e visão que as organizações tanto alardeiam
aos quatro cantos? Pois bem, digamos que elas sejam o primeiro item de um
planejamento estratégico e o que vai guiar todo o resto. E aí, entrando na
questão de sustentabilidade, seja por motivos de reputação ou mesmo greenwashing, é comum vermos as empresas
disseminando para a sociedade missões e visões que contemplem aspectos
sustentáveis.
Acontece que planejamento estratégico vai muito além de
missão e visão. Apesar de eles serem o pontapé da coisa, é o plano de ações que
vai dizer se a empresa está realmente orientada para a sustentabilidade ou se
tudo não passa de balela. Ou melhor, não é o plano de ações, é a execução desse
plano e o desenrolar dele que vai credenciar uma empresa à sustentabilidade.
A sustentabilidade nunca será real se ela só estiver
inserida em alguns momentos da empresa, seja na missão/visão, seja em projetos
sociais, seja no relacionamento com stakeholders.
Ela precisa estar inserida no processo inteiro, tanto no processo de negócios,
quanto no processo produtivo. Além disso, precisa alcançar todos os níveis hierárquicos,
principalmente porque o seu maior desafio é o da mudança cultural da
organização e das pessoas. E quando falo das pessoas, não importa quem seja, se
o CEO ou um operador de máquinas.