Acredito que o título deste post seja um pleonasmo, mas coloquei de propósito para chamar a atenção das pessoas de alguma forma, já que economia do cedro não é, ainda, uma expressão conhecida pela maioria. Na verdade “A economia do cedro” é o título de um livro que fala sobre muitas coisas. Economia, política, história, sociologia, antropologia. Fala, até, sobre sustentabilidade.
É um livro recentíssimo, que mostra o Brasil e mundo em acontecimentos próximos, inclusive da eleição da presidente Dilma. E começa com um dos temas que mais gosto: macroeconomia. Contextualiza a crise de 2008, o porquê de chegar aonde chegou e a insustentabilidade desse modelo capitalista vigente. Explica a culpa de alguns executivos e também a nossa culpa.
Além dos acontecimentos recentes, o livro traça um panorama sócio-econômico-ambiental do último século, apontando não somente problemas e possíveis soluções, mas também o papel de cada um de nós daqui para frente enquanto empresários, funcionários e cidadãos. Na medida em que vai narrando fatos, Carlos Alberto Júlio associa-os a uma nova proposta de gestão: a economia do cedro.
Segundo o autor, a economia do cedro se baseia em uma economia que se move a partir do desafio da escassez de recursos naturais e que só conseguirá se manter viva se sair da zona de conforto, buscando fontes alternativas de recurso e equilibrando o impacto provocado na natureza e a capacidade do meio ambiente de se regenerar.
Assim, ela é fundamentada, inicialmente, em um crescimento lento, mas consistente e firme. Um crescimento que, às empresas que tiverem paciência e visão, proporcionará ganhos constantes. E aí que está a grande dificuldade e o verdadeiro desafio: por que os executivos de hoje abririam mão de bônus estratosféricos para administrarem uma empresa que primeiro vai formar seus alicerces nesse novo modelo econômico e quando for a hora de dar resultado, outros é que colherão os frutos?
Resumindo: o livro é uma delícia de ler, é um apanhado de vários momentos históricos, começa lá no século XX e mostra no final a nossa posição enquanto brasileiro, com características muito distintas tanto em gestão, quanto em comportamento dos demais povos, nessa nova ordem que se desenha. Enfim, RECOMENDADÍSSIMO!