Após escrever o último post, chamando as pessoas para discutirem a sustentabilidade nas suas cidades, acabei por conhecer uma iniciativa que muito me instigou. Instigou por que percebi que ela não é recente. Instigou porque envolve política e administração pública e, por mais que seja básico e fundamental o tema estar na agenda de qualquer secretaria municipal (e/ou estadual) de planejamento ou meio ambiente, todos nós sabemos muito bem como a nossa política tem uma teoria um tanto quanto distante da prática.
A iniciativa da cidade de Natal começa com a proposta de como a sustentabilidade tem de ser: uma responsabilidade de todos, governo, iniciativa privada, terceiro setor e, principalmente, sociedade. Afinal, o bueiro não entope sozinho, o lixo não vai parar no chão por vontade própria, a torneira não fica jorrando água quando bem entende, nem o interruptor acende a luz no automático.
De início, a secretaria municipal de meio ambiente e urbanismo potiguar criou uma agenda verde. Ela tem por objetivo estimular gestores públicos a incorporar em os princípios e critérios de gestão ambiental em suas atividades rotineiras, levando economia de recursos naturais e redução de gastos institucionais por meio de uso racional dos bens públicos e gestão adequada dos resíduos. Percebem que para se alcançar a sustentabilidade não é preciso nenhuma ideia mirabolante de alto custo e alta complexidade?
A partir desses objetivos, as ações vão desde a inserção de critérios de sustentabilidade nas compras e licitações da cidade, até gestão de resíduos gerados pela máquina pública, parceria com cooperativas de coleta de lixo reciclável, chegando ao que eu considero o ponto mais importante da sustentabilidade: o engajamento das pessoas impactadas pela iniciativa. E nesta ação a prefeitura incluiu um adicional que, por mais óbvio que seja, é surpreendente quando se fala de política brasileira: a sensibilização dos servidores públicos em relação ao atendimento de interesses coletivos.
Além da agenda verde, que estabelece critérios de sustentabilidade na máquina pública, o município também conta com projetos que envolvem outras esferas, como o plano de arborização da cidade, que tem como objetivo estimular o envolvimento da população e da iniciativa privada no replantio de espécies vegetais arbóreas. Há, ainda, diversas outras atividades, como a reurbanização de terrenos baldios, academia da terceira idade, asfalto ecológico, inventário florístico e o EcoParque.
Não conheço Natal para dar uma opinião embasada, nem tenho em mãos os dados qualitativos do que mudou na cidade depois que a prefeitura optou por ter uma postura orientada para a sustentabilidade. De qualquer forma, é uma iniciativa importante que deve servir de exemplo para muitas outras cidades, independente do tamanho, da estrutura e do partido que estiver no poder. Política, como já dito, deve atender interesses coletivos. Quem não quer viver em uma cidade que oferece acessibilidade, mobilidade e qualidade de vida, não é mesmo?
E dando continuidade à proposta do texto anterior, pergunto: que solução sustentável você tem ou você quer para a sua cidade? Participe do debate e concorra a um kit Conhecer para Sustentar oferecido pela Fundação Bunge!
Mais informações sobre a sustentabilidade na cidade de Natal: http://www.natalmaissustentavel.com.br