Acredito que a maioria deve saber que a Ambev é uma das maiores cervejarias do mundo e a maior da América Latina. Com uma receita líquida de mais de 20 bilhões anuais (dados de 2008), não sei se a maioria sabe da importância do uso consciente dos recursos hídricos para a longevidade da empresa. Por conta dessa necessidade, a empresa realiza uma série de projetos e pesquisas ligados ao tema e é, hoje, referência mundial na gestão da água para o setor de bebidas.
Na Ambev o consumo da água é estratificado por área, sendo que cada setor tem prioridades e metas. As fábricas seguem um documento intitulado “Mandamentos da Água”, que estabelece padrões, ações e critérios para a diminuição do consumo, eliminação de desperdício e aumento do reaproveitamento do recurso. As metas são progressivas e monitoradas mensalmente, sendo que os principais cases de sucesso viram padrão interno.
Para se ter uma ideia dos resultados alcançados, em 2008 foram usados, em média, 4,11 litros de água para cada litro de cerveja produzida. Em 2007 o consumo foi de 4,19 litros de água e em 2002 5,36 litros. As unidades de Brasília e Curitiba são as maiores referências da empresa no Brasil. Em 2004 ambas já superavam o benchmark mundial de 3,75 litros de água com média, respectiva, de 3,39 litros e 3,32 litros consumidos. Em 2008 a unidade de Brasília alcançou o índice de 3,18 litros de água por litro de cerveja e a de Curitiba 3,28 litros.
Além da (boa) obsessão em reduzir o consumo de recursos hídricos, a Ambev reaproveita toda água advinda da produção em atividades como lavagem de tanques, garrafas e limpeza em geral. A água utilizada para enxaguar as garrafas é, por exemplo, é reutilizada para lavar os engradados. E um dos principais fatores de sucesso para o alcance das metas anuais, está no fato de todos os funcionários serem treinados para utilizar os procedimentos corretos para a redução do consumo.
Trocando conceitos por números mais reais para as pessoas comuns, a redução de consumo em 2008 significou um volume de água não captado na ordem de 815 milhões de litros, suficiente para abastecer por um mês uma cidade com uma população de 150 mil habitantes. Sem contar que, financeiramente falando, o impacto no tratamento de água e efluentes gerou economia de R$ 6,6 milhões nas fábricas.