A Souza Cruz investe pesado em responsabilidade social e ambiental. Muito mais que muitas empresas que passam a imagem de sustentáveis e lucram bastante com isso. Não vou discutir aqui se ela faz apenas para tentar se limpar com a opinião pública. Seu produto é legal, e o que me interessa é a sua ética, a sua transparência, a forma como ela lida com seus stakeholders e o impacto dos projetos na sociedade e no meio ambiente.
A Souza Cruz tem projetos lindíssimos com plantadores de fumo (um dia escreverei sobre isso), tem projetos de reflorestamento em parcerias com universidades do sul do país, neutralização de carbono, frota social, um programa de voluntariado corporativo premiado... tem o Instituto Souza Cruz (que tem atuação independente das áreas de responsabilidade social e ambiental da empresa) etc.
Entrando já no case, quem é entendido em agricultura sabe o impacto que o plantio de fumo causa no meio ambiente. Procurando uma forma de diminuí-lo, há mais de dez anos o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Souza Cruz desenvolveu o chamado sistema float de plantio de fumo. Além de modernizar a produção e gerar mudas mais uniformes e saudáveis, o sistema elimina o uso do brometo de metila, produto que afeta a camada de ozônio e condenado no Protocolo de Montreal.
Desde 2000, 100% das mudas utilizadas pela Souza Cruz advém do sistema float, que é a plantação das sementes de fumo em bandejas que flutuam em canteiros com água e carregam substratos específicos para a produção de mudas. Quando estas estão no tamanho ideal, são transplantadas para a lavoura já adubada. Para se ter ideia de como esse case é interessante, apenas em 2006 o governo brasileiro lançou o Programa Nacional de Eliminação do Brometo de Metila e hoje, quatro anos depois, a substância ainda não foi totalmente eliminada das lavouras do país.
O sistema float também permite que o tratamento geral das plantas seja feito no canteiro, dispensando a aplicação de qualquer outro defenfsivo agrícola até a retirada das flores e proporcionando maior aproveitamento das mudas já na lavoura (99% delas). Além disso, esse projeto, em conjunto com outros, fez com que a Souza Cruz diminuísse em mais de 80% o uso de agrotóxicos em comparação a 1991 (de 6,6 kg/ha para 1,4 kg/ha em 2001).
Algumas informações sobre as áreas de responsabilidade social e ambiental da empresa (dados disponíveis no relatório social de 2008):
- 40 mil famílias de produtores de fumo atuando em parceria;