Para começar essa nova fase do blog, o primeiro case escolhido foi proposital porque vem de uma empresa polêmica. Alguns meses atrás escrevi sobre o fato das pessoas não saberem dissociar o produto fabricado da postura corporativa. Espero que as pessoas não se inflamem por eu ter escolhido a Souza Cruz e que não venham com o discurso de que cigarro mata. Concordo, mas o assunto aqui é outro.
A Souza Cruz in

veste pesado em responsabilidade social e ambiental. Muito mais que muitas empresas que passam a imagem de sustentáveis e lucram bastante com isso. Não vou discutir aqui se ela faz apenas para tentar se limpar com a opinião pública. Seu produto é legal, e o que me interessa é a sua ética, a sua transparência, a forma como ela lida com seus
stakeholders e o impacto dos projetos na sociedade e no meio ambiente.
A Souza Cruz tem projetos lindíssimos com plantadores de fumo (um dia escreverei sobre isso), tem projetos de reflorestamento em parcerias com universidades do sul do país, neutralização de carbono, frota social, um programa de voluntariado corporativo premiado... tem o
Instituto Souza Cruz (que tem atuação independente das áreas de responsabilidade social e ambiental da empresa) etc.
Entrando já no
case, quem é entendido em agricultura sabe o impacto que o plantio de fumo causa no meio ambiente. Procurando uma forma de diminuí-lo, há mais de dez anos o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Souza Cruz desenvolveu o chamado sistema
float de plantio de fumo. Além de modernizar a produção e gerar mudas mais uniformes e saudáveis, o sistema elimina o uso do brometo de metila, produto que afeta a camada de ozônio e condenado no
Protocolo de Montreal.
Desde 2000, 100% das mudas utilizadas pela Souza Cruz advém do sistema float, que é a plantação das sementes de fumo em bandejas que flutuam em canteiros com água e carregam substratos específicos para a produção de mudas. Quando estas estão no tamanho ideal, são transplantadas para a lavoura já adubada. Para se ter ideia de como esse case é interessante, apenas em 2006 o governo brasileiro lançou o Programa Nacional de Eliminação do Brometo de Metila e hoje, quatro anos depois, a substância ainda não foi totalmente eliminada das lavouras do país.
O sistema
float também permite que o tratamento geral

das plantas seja feito no canteiro, dispensando a aplicação de qualquer outro defenfsivo agrícola até a retirada das flores e proporcionando maior aproveitamento das mudas já na lavoura (99% delas). Além disso, esse projeto, em conjunto com outros, fez com que a Souza Cruz diminuísse em mais de 80% o uso de agrotóxicos em comparação a 1991 (de 6,6 kg/ha para 1,4 kg/ha em 2001).
Algumas informações sobre as áreas de responsabilidade social e ambiental da empresa (dados disponíveis no relatório social de 2008):
- 40 mil famílias de produtores de fumo atuando em parceria;
- Geração de renda em mais de quatro mil municípios;
- R$ 353 milhões em investimentos sociais, conforme modelo Ibase;
- Matriz energética 78% renovável, enquanto a média nacional é 45%;
- Todo o esgoto das unidades industriais é tratado biologicamente antes de ser lançado na rede municipal;
- A remoção da carga poluidora é superior a 97%;
- A fábrica de Uberlândia opera com a reutilização de 100% dos efluentes líquidos, tornando a água adequada para reuso.
Reitero o pedido para que empresas interessadas em divulgar seus cases de sustentabilidade, que entrem em contato comigo enviando material informativo.