Nunca a responsabilidade social e/ou ambiental esteve tão em voga como hoje. Não apenas por parte das empresas, mas também por parte do cidadão comum, que percebe a urgência com que o assunto deve ser tratado. O tema vem sendo amplamente discutido por governo, empresas, terceiro setor e sociedade em geral e a grande pergunta é: até onde conseguiremos chegar se não mudarmos nossa forma de produzir, negociar e consumir?
Do início do século XX para cá, a população cresceu exponencialmente, passando dos seis bilhões de pessoas. Se pensarmos apenas do ponto de vista do negócio, a oportunidade para crescimento de consumo e inserção em novos mercados é imensa. No entanto, segundo estudo do Banco Mundial de 2008, há um contingente de cerca de 1,4 bilhões de pessoas miseráveis, podendo chegar a mais de três bilhões em 2050.
Pelo lado das empresas, mais do que apenas pensar em oportunidades de negócios, elas hoje se preocupam com o impacto de possíveis colapsos em suas operações. O discurso da sustentabilidade como vantagem competitiva já não é mais suficiente. Fazer uso de processos ecoeficientes pode, muitas vezes, significar a sobrevivência de uma organização em longo prazo. Afinal, o que acontecerá, por exemplo, com a maioria das indústrias caso a questão da água potável não seja tratada com a atenção necessária?
China e Índia há um bom tempo apresentam crescimento econômico muito acima da média mundial, aquecendo o comércio internacional como nunca antes visto. A pergunta é: até quando teremos matéria-prima para suprir todas as demandas? Qual é o real impacto desse consumo nas sociedades e no meio ambiente? E quando as matérias-primas não renováveis estiverem à beira do esgotamento, o que vai acontecer?
A verdade é que o planeta hoje já não comporta mais o estilo de vida que o mundo ocidental adotou e impôs ao longo do último século. O sinal de alerta foi dado, com catástrofes naturais e sociais cada vez mais constantes. Como esquecer o rastro de destruição causado pelo Tsunami em 2004, o arraso provocado pelo furacão Katrina ou os protestos violentos de Paris em 2005?
A preocupação pode parecer alarmista, mas para se ter uma idéia da gravidade da situação, segundo estudo publicado pelo WBCSD (World Business Council for Sustainable Development), se mantivermos até 2050 as taxas atuais de emissão de carbono, a temperatura média do planeta em 2100 aumentará seis graus. Provavelmente nenhum de nós estará vivo até lá, mas será este o legado que queremos deixar para as gerações futuras?